terça-feira, 18 de março de 2008

In Nomini



As areias do tempo parecem insignificantes quando se tem incontáveis eras de existência.
O que mais atormenta é que cada segundo, cada momento desse tempo estão vivos em minha memória, como se tivessem acontecido óntem.
Me lembro de Lucifer, o belo e luminoso Estrela da Manhã. Me lembro de sua preocupação, de sua piedade para com os mortais, sua fúria e inquietação quando aquele ser de pura maldade nasceu e sua angustia quando ele cometeu o crime.
E nós, lá, lutando contra nossos irmãos, os anjos da morte nos mostrando ao que vieram ao firmamento.
Me lembro da cidade de prata, tão resplandescente e bela, uma lágrima de amor do criador por nós, que nós tão tolamente deixamos para trás.
Hoje, depois de milênios, devoto minha existência á proteção de um único ser.
O filho profano de uma união impensada.
Uma ofensa tão grande que condenou a criança a ser odiada, não importa por quê.
Raziel, o filho da Meretriz de Adão com o primeiro assassino.
Por Milênios eu o protegi, e como resultado de minha fraqueza, me apaixonei.
Mas minha missão não podia ser revelada, logo vesti uma máscara de futilidade e loucura, e o traí, para que ele me odiasse, para que mantivesse distância, para que não me amasse.
Há momentos nos quais essa agonia me faz preferir voltar para os braços do Abismo, mas minha missão é clara e impiedosa, e não devo ser destruida antes de cumpri-la.
Hoje, depois de muitos séculos, retorno a Gehinnon, ou Gehenna, ou Gray Rose...
O Trono de Lucifer ainda está por aqui, em algum lugar...
Meus inimigos agora retornam do Inferno para me fazer falhar em meus deveres para com Lucifer.
Ele quer que alguem o suceda, que alguém se sente em seu trono.
E será meu querido Raziel, meu Damphir, meu tolo amaldiçoado.
Hoje finalemnte trarei meus irmãos de volta.
Os três que sempre me ajudaram, me proveram abrigo e consolo.
Sim, eles irão me ajudar em meus planos.
Os outros seres sobrenaturais? bom eles estão ocupados com os artificios e artemanhas que lancei contra eles há alguns anos. Acreditam que estão guerreando contra uma Succubus insana e Caricata, uma de minhas obras teatrais.
Enquanto isso, caminho contemplante pelos jardins cinzas de Alicia, a Bruxa, onde discutiremos as regras para esta guerra, da qual eles já participam sem saber...
Meu nome não é nem de longe aquele que o criador me deu, nem o que assumi no cárcere, e sim um emaranhado de pronuncias erradas da Humanidade.
Aramel.
Humanidade essa que meu amado tanto protege.
E que eu protegerei com mais ferocidade até mesmo que ele.
Pois meu amor é a unica coisa que me separa do Absimo.

domingo, 16 de março de 2008

Sinfonia da Destruição



Calma, nem tudo está perdido.
Lillian não foi expulsa para o inferno.
Só não sei o que é pior, antes ou agora.
Karnala sabia que por muito pouco os planos estariam arruinados.
Lilliel foi muito inteligente e perspicaz quando convenceu aqueles magos a não destruirm o relicário sem sujar as mãos de sangue. Mas nem por isso ela escaparia da punição.
Afinal foi ela que permitiu a destruição de seu hospedeiro e que toda aquela imensidão de santuário fosse destruido e uma boa quantidade de vassalos fossem mortos.
Mas não importa.
Mestre Balbuzatta estava ativo novamente.
Ele despertou e olhou para ela, anlizando seu hospedeiro, e gostando do que via.
"Belo corpo" ele comentou.
Logo após ele se levantou, ficou de pé e começou a ensaiar alguns passos, afinal eram séculos de reclusão, ele ainda se esquecia como era andar em um corpo físico, suas vantagens e restrições.
Ali estavam Azazel e Lilliel, além de mim e de outros caídos que lhe juraram fidelidade.
A primeira coisa que ele notou foi a ausencia de Lillian, sua consorte.
"onde?"
Ele apenas perguntou.
Lilliel, sua irmã/cunhada gaguejou antes de responder. Erro fatal.
Ela apontou para a Vampira nua que estava na mesa, de onde eles extrairam uma decima parte da essencia de Lillian, aprisionada pelo sangue cainita para leh trazer a ativa antes que fosse tarde.
Ou seja: Ele foi trazido, pela união dos três Mundanos como havia sido combinado, mas infinitamente mais fraco do que deveria, pois uma dos três estava quase morta.
Ele andou ao redor do corpo inerte da vampira, amaldiçoando cada centimetro de seu belo ser.
Foi ai que ele percebeu o terceiro olho em sua testa e lamentou...
"Aproxime-se" dise a Lilliel.
Ela se aproximou já resignada de seu destino.
Balbuzatta em um abuso de poder afundou um de seus dedos no olho aberto da vampira e como se fosse simples retirou uma onda de luz vermelha, a qual arremessou em direção a Lilliel, que ao ser atingida caiu no chão se contorcendo em agonia enquanto o corpo da vampira finalmente virava pó.
"Talvez vocês duas juntas no mesmo corpo possam ser mais competentes"
proferiu o mestre, após se encaminhar a câmara do santuário para se refazer do renascimento imperfeito...
Eu me retirei, como uma inferior que sou, mas vi que miha mestre estava de volta, no corpo da irmã, talvez refeita com o ultimo sacrificio auto flagelado da mesma, que dera sua alma e seu corpo por amor e pagamento.
Dias tenebrosos e frios esperam a Terra e os inimigos de Balbuzatta.
A Sinfonia da Destruição começou.

domingo, 2 de março de 2008

Perturbação da Paz



Em tempos recentes, as coisas no templo de Lillian eram calmas e as guerreiras Bahari podiam cultuar sua senhora sem problemas. As caídas que tomam conta do rebanho nos confins do oceano sempre eram doces, porém severas.
Todo tipo de perversão e excesso era permitido, mas nunca, nada que desrespeitasse ou denegrisse a imagem da Filha queria de Lillith. Aquelas que desobedecessem teriam o mesmo destino dos odiosos homens que enfeitam a sala de cultos do complexo.
Mas hoje era um dia estranho.
Hoje as guerreiras Bahari colocariam em prática todos os ensinamentos e poderes que aprenderam com seus mestres caídos, tudo em nome da senhora da dor, da filha de Lillith. Elas podiam sentir, ela estava de volta ao relicário...
Agora, seus inimigos finalmente acharam seu refugio sagrado, e gritam pelos corredores como cães raivosos, sedentos por sangue feminino, malditos filhos de Cain...
Mas eles terão que passar pelas guardiãs.
A Tríade Profanadora.
Elas eram as guerreiras mais feroses do templo, abaixo apenas de Lilliel, a senhora de todas as sacerdotizas, era delas o dever de expurgar todos os intrusos.
Era chegado o momento.
Os malditos destruidores entraram na sala dos cultos.
Que a mãe negra se delicie com seus ossos hoje á noite!
Ahi Hai Lillithu!!!